terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

“Política do filho único” chinesa continuará apesar de discursos oficiais

Partido Comunista diz relaxar política do filho único

O Partido Comunista da China anunciou que flexibilizará o controle da natalidade da população, a “política do filho único”, que dizima o país há 34 anos, informou a “Folha de S. Paulo”.

A decisão e outras ordens emitidas pelo Comitê Central do Partido Comunista chinês, na primeira reunião geral sob o comando do novo presidente Xi Jinping, foi divulgada pela agência de notícias estatal Xinhua.

Segundo a Xinhua, os casais estão autorizados a ter dois filhos, se um dos cônjuges for filho único.


O argumento do Partido Comunista obedece à mesma lógica materialista ditatorial: a planificação econômica. O comunismo precisa aumentar a taxa de fertilidade porque o crescimento está caindo pela aplicação da política familiar.

O Comitê Central do PC calculou que o país precisa ter uma população de 1,5 bilhão em 2030. Os indivíduos e as famílias pouco importam, o único que tem importância é a planificação comunista da economia.

Outro problema é a desproporção entre a população masculina e a feminina. Em 2012, havia 118 homens para cem mulheres. O desequilíbrio estimula o homossexualismo e a compra e venda de mulheres, inclusive “importadas” de países vizinhos.

Isso também dificulta os casamentos futuros. A intenção é reduzir nas próximas décadas essa taxa para a média de 103 e 107 homens para 100 mulheres.

Os especialistas, com critérios de análise não muito diversos do PC, não deram muito relevo à decisão. Eles acham que a “bomba demográfica” que ameaça derrubar a ordem do país inclui muitos outros fatores já difíceis de administrar. Notadamente o envelhecimento da população.

A lei da planificação familiar vem sendo aplicada com extremos de desumanidade desde 1979 e teria impedido 400 milhões de crianças de nascer.

"Política do filho único" cortou a existência de 400 milhões
Na prática, essa planificação funciona como um dos instrumentos de repressão e controle da população. Qualquer que seja o que está escrito na lei, os agentes do partido praticam multas extorsivas que podem ser altíssimas, dependendo do caso. Por sua vez, as famílias que subornaram os administradores comunistas podem ser punidas a qualquer momento e perderem os filhos “a mais”.

Segundo Wang Feng, diretor do Centro Brookings-Tsinghua de Políticas Públicas de Pequim, a amenização anunciada só vai atingir 10 milhões de casais. Quer dizer, uma fração mínima dos 1,3 bilhões de habitantes do país. “Isso não vai afetar muita gente e não vai gerar nascimentos suficientes para inverter as tendências demográficas da China”, disse.

A China envelhece inexoravelmente após três décadas de perseguição aos nascimentos. A população em idade de trabalhar diminui pela primeira vez desde as chacinas em massa da Reforma Agrária e do Grande Salto de Mao Tsé Tung.

De um lado a esterilização forçada atingiu um número incalculável de mulheres, e de outro, o custo de vida tornou quase impossível manter os filhos nas grandes cidades onde estão instaladas as fábricas que exportam para o mundo inteiro.

A lei “continua a limitar estritamente os direitos à procriação” de grande parte da população e “a reforma não acena com nenhuma mudança” para limitar os abusos dos administradores comunistas locais, deplorou Nicolas Bequelin, pesquisador da ONG Human Rights Watch de Hong Kong.

Em suma, a cruel metodologia anti-vida do regime marxista chinês continua igual. Ela agora está apenas maquiada por uma lei enganosa a serviço da propaganda maoísta.


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