segunda-feira, 20 de março de 2023

Japão pode parar pela queda da natalidade, diz premiê

Proporção excesiva da população idosa no Japão
Proporção excessiva da população idosa no Japão
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país corre o risco de “parar de funcionar como sociedade” por causa da queda da natalidade.

O aumento da expectativa de vida levou o país a um aumento crescente de idosos e a um número decrescente dos trabalhadores que poderiam sustentá-los com suas contribuições à previdência.

A BBC estima que no Japão, de 125 milhões de habitantes, houve menos de 800 mil nascimentos em 2022, quando na década de 1970, a taxa superava os dois milhões de pessoas.

Então para o fim do século a população projetada é de 53 milhões.

A questão é particularmente grave entre os japoneses porque o país tem a segunda maior proporção de idosos (pessoas com 65 anos ou mais), com 28% da população nesta faixa.

Na abertura do parlamento japonês, Kishida afirmou: “[essa] é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada. O Japão está à beira de saber se pode continuar a funcionar como sociedade”.

O premiê prometeu dobrar os gastos em programas pela natalidade e anunciou a criação de uma nova agência estatal para tratar da questão, como se mais burocracia fosse solucionar o problema que tem um fundo moral.

Uma pesquisa da YuWa Population Research citada pela agência Reuters afirma que o Japão é um dos lugares mais caros do mundo para se criar um filho, apesar das promessas de bônus financeiro e outros benefícios.

A BBC acha que as estratégias demográficas dos governos japoneses falharam. E a solução hoje mais falada pode ser um tiro pela culatra: afrouxar a imigração. 

A China poderia ocupar com facilidade o império do Sol Nascente, malgrado também ter uma queda em sua população.

O reconhecimento oficial de uma população em declínio é um “ponto de inflexão histórico extremamente importante” para o mundo como um todo, segundo Yi Fuxian, estudioso da Universidade de Wisconsin-Madison.

Mas também é exacerbada pela pregação ecológico-ambientalista e pelo jet-set modelo de militante imoralidade anti-familiar.


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