Nenhum dos líderes dos maiores países europeus tem filhos. Na foto: a alemã Merkel, a britânica May, o francês Macron e o italiano Gentiloni. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Nunca houve tantos políticos sem filhos governando a Europa como hoje, registrou Giulio Meotti, editor cultural do jornal italiano “Il Foglio”, reproduzido pelo Gatestone Institute.
Mas que ninguém os critique, pois será execrado como “fundamentalista” cristão, para o qual não há tolerância nem perdão.
Esses políticos são modernos, de mente aberta, multiculturais, sabem que “tudo termina com eles”, promovem a agenda LGBT e estão conscientizados de que o planeta não pode suportar a maioria de seus atuais habitantes.
Em curto prazo, escreve Meotti, não ter filhos é um alívio, pois significa não gastar dinheiro com a família, não fazer sacrifício, nem ter alguém para queixar-se das consequências futuras, conforme consta em uma pesquisa investigativa financiada pela União Europeia, “sem filhos, sem problemas!”
Se porventura houver problema de consciência – que não pode existir –, consulte um padre, que ele lhe dirá, com a “Amoris laetitia” na mão, que pode-se fazer de tudo, e que a infidelidade conjugal, o pecado e o inferno não existem.
A verdade é que, como ressalta Meotti, “ser mãe ou pai, no entanto, significa que se aposta, de forma legítima, no futuro do país que se governa”.
A Europa vai ficando irreconhecível habitada por outros povos não cristãos |
Já o primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel foi recebido oficialmente no Vaticano de mãos dadas com seu parceiro homossexual. Mais um acompanhamento coonestado pela “Amoris laetitia”!
O jornalista italiano cita a propósito o filósofo alemão Rüdiger Safranski: Para aqueles que não têm filhos, pensar em termos de gerações vindouras perde a relevância. Portanto, eles se comportam como se fossem os últimos e se consideram como se estivessem no fim da cadeia.
A Europa está cometendo suicídio ou no mínimo os líderes europeus decidiram se suicidar, ressaltou Douglas Murray no jornal “The Times”.
Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão.
Angela Merkel – prossegue Meotti – tomou a decisão fatal de abrir as portas da Alemanha para um milhão e meio de migrantes.
Chanceler alemã Angela Merdel tira selfie com imigrante. A entrada maciça de migrantes pode mudar a Alemanha para sempre |
Dennis Sewell escreveu recentemente no “Catholic Herald” que a inculpação da 'civilização ocidental' aumenta enormemente o pânico demográfico.
Isso já aconteceu em Gibraltar no remoto ano 714, quando os invasores islâmicos quase extinguiram a civilização cristã na Espanha e atingiram o coração da França, até serem barrados em Poitiers.
O resto da história implicou oito séculos de guerras de Reconquista para repor as coisas em seu lugar.
Mas visigodos, francos e espanhóis tinham filhos para restaurar a boa ordem. Quem restaurará a Europa se continuar assim?
Merkel reflete a sociedade germânica: segundo a União Europeia, 30% das alemãs não têm filhos, e entre as universitárias a percentagem vai a 40%.
A ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen salientou que se a taxa de natalidade não voltar a crescer, o país terá que “apagar as luzes”.
Ou, por outra, as únicas luzes que ficarão acesas serão as dos lares e mesquitas islâmicas.
O Institut National d'Études Démographiques estima que um quarto das mulheres europeias nascidas nos anos 1970 poderá ficar sem filhos.
Macron rejeitou a afirmação de seu predecessor, o socialista François Hollande, que em meio às explosões dos caminhões-bombas chegou a blasfemar contra o ‘politicamente correto’, dizendo que “a França tem um problema com o Islã”.
As populações clamam para não desaparecer num naufrágio demográfico e religioso. Mas não têm vigor para refazer grandes famílias |
O presidente francês se sente autorizado a achar que o Estado Islâmico não é islâmico e decreta quem é o quê na religião de Maomé.
“O problema não é o Islã, mas certos comportamentos tachados de religiosos e depois impostos àqueles que praticam aquela religião”, pontificou o novo presidente.
Macron fala do colonialismo como “crime contra a humanidade”. Mas esse crime não existe quando o Islã coloniza qualquer país derramando rios de sangue.
O filósofo Mathieu Bock-Coté definiu Macron, de 39 anos, casado com sua ex-professora de 64, como símbolo da “feliz globalização, livre da memória da glória francesa perdida”. Ou símbolo do coveiro de um glorioso passado de dezessete séculos.
A “Manif Pour Tous”, movimento contra o “casamento” homossexual na França, viu em Macron o “candidato antifamília”.
Mas este escolheu para nome de seu partido o slogan “En Marche!” (Em Marcha!), visando encarnar as elites globalizadas e descristianizadas engajadas numa evolução que se autodestrói enquanto caminha.
Os líderes fundamentalistas islâmicos mandam usar os filhos c como instrumento de invasão e ocupação dos países ex-cristãos |
Para quê?
Para ocupar o território dos infiéis cristãos envelhecidos e desfibrados. A História se repete: querem conquistar a Europa!
Os novos invasores criam o choque de civilizações no coração da Europa por meio de caminhão, bomba, punhal ou de qualquer outro argumento tirado do “Islã, religião de paz”.
Eles escarnecem os anfitriões ocidentais pelo fato de os verem suicidar-se, ficar voluntariamente sem população, sem valores, e abandonar sua própria cultura.
É claro que ao olharem para Merkel, Rutte, Macron e outros, esses islâmicos vão achar que a hora profetizada pelo Corão chegou.
“Nossos líderes europeus – conclui Meotti – estão caminhando como sonâmbulos para o desastre. Eles não se preocupam se no final de suas vidas a Europa ainda será a Europa”.
Joshua Mitchell pergunta-se num ensaio se vale a pena “construir um mundo”. E a resposta cínica aflora como um haraquiri final: “A longa cadeia de gerações já fez isso por nós. É hora de nos divertirmos”.