segunda-feira, 28 de outubro de 2024

50% dos jovens espanhóis não casará e metade divorciará

50% dos novos matrimônios espanhóis acabará em divorcio
50% dos novos matrimônios espanhóis acabará em divorcio
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Os costumes imorais, particularmente os que ferem a família, contra os quais Nossa Senhora veio advertir a humanidade em Fátima, estão produzindo em Espanha, e provavelmente no mundo, o colapso da nupcialidade.

Esse é especialmente grande no casamento na Igreja, onde hoje apenas há 20% dos que havia em 1976, quando o 99% se celebrava com as bênçãos da Igreja Católica, noticiou “Infocatَólica”.

A situação do sacramento do matrimônio na Espanha está pior do que na Itália, onde há cinco anos os casamentos civis vêm ultrapassando os religiosos.

Segundo o relatório ‘Transformação e crise da instituição matrimonial na Espanha’, elaborado pelo Observatório Demográfico CEU com dados oficiais espanhóis e europeus, a probabilidade teórica de casar antes dos 50 anos caiu de perto de 100% em 1976, para só 43% nos homens e para 47% das mulheres em 2019.

A imensa maioria dos espanhóis casou antes de ter 30 anos (85% dos homens e 90% das mulheres) na data de referencia; mas em 2022 despencou para 8% e 14%, respectivamente.

Papa Francisco banalizou, agilizou e generalizou a anulação de casamentos religiosos
Papa Francisco banalizou, agilizou e generalizou
a anulação de casamentos religiosos
A idade média do primeiro casamento aumentou mais de 10 anos entre 1976 e 2022, sendo os espanhóis os europeus que casam pela primeira vez em idade mais avançada, apenas superados pelos suecos.

A queda da taxa de casamentos por mil habitantes, somada à elevada taxa de divórcios, tem um obvio impacto negativo na fecundidade.

Os casais unidos na Igreja, na Espanha e em outros países, têm mais filhos do que os casais de fato ou as mães/pais solteiros.

Agigantou-se o número de crianças afetadas pela desagregação familiar sendo que mais de 10% dos bebes nascidos hoje em Espanha serão criados com um único progenitor.

Há perto de 2 milhões de crianças e jovens espanhóis que estão sendo criados sem os pais.

Em 3,6% dos nascimentos em 2022 não há pai.


Em 5% deles o pai reside num município diferente do da mãe na mesma província e em 1,9% residem numa província diferente da mãe.

No total, mais de 10% dos bebes espanhóis não vivem com o pai desde o nascimento. A percentagem de crianças nascidas de mães casadas também despencou.

Os bebes nascidos de mães solteiras representavam 53% em 2022, em comparação com apenas 2% em 1976.

O fenômeno não é exclusivamente espanhol, mas atinge grande parte do Ocidente.

Esvaziamento das igrejas com diminuição de fiéis, padres e sacramentos, está na base do fim dos casamentos ante a Igreja
Esvaziamento das igrejas com diminuição de fiéis, padres e sacramentos,
está na base do fim dos casamentos ante a Igreja
Outro estudo indica que na Grã-Bretanha o casamento está a desaparecer.

Na Alemanha há o mesmo número de casamentos hoje que no final da Primeira Guerra Mundial.

Na Hungria, entretanto, que adota uma política favorável à instituição familiar há um aumento das uniões núpcias.

E na Flórida (EUA), um programa para ajudar a superar crises conjugais levou a uma diminuição de 28% nos divórcios.

Este afundamento na dissolução dos costumes não fala bem da sorte do mundo. Isso ficou afirmado por Nossa Senhora em diversas ocasiões com os mais firmes termos.

Ela acenou os mais terríveis castigos que os homens atrairiam se continuavam no rumo da imoralidade imperante em 1917, por exemplo, ano em que Nossa Senhora falou em Fátima.


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Internet, desconexão social, pornografía e suicidio

O uso e abuso da vida virtual desconecta da realidade e fere as relações sociais e familiares
O uso e abuso da vida virtual desconecta da realidade
e fere as relações sociais e familiares
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Um em cada três meninos, meninas e adolescentes passam mais de seis horas presos diante das telas digitais. Alguns desenvolvem um vício e se isolam física e emocionalmente.

Outros podem perder o controle de seu comportamento, até mesmo praticando automutilação.

O jornalista espanhol Iñaki Gabilondo abordou o mundo privado de vários adolescentes para conhecer as suas experiências com redes sociais, jogos online e pornografia, segundo publicou em site.

Na Espanha, mais de 33% das crianças e adolescentes passam mais de seis horas em frente à tela.

O uso e abuso de jogos online e em smartphones, bem como a impossibilidade de controlar o seu consumo, mantém muitos deles presos nos escrivãs durante horas. Isso os desconecta da realidade e impacta negativamente suas relações sociais e familiares.

Raúl Molia, um jovem de 20 anos que atualmente sonha em trabalhar como engenheiro informático, estava prestes a ver os seus sonhos desaparecerem devido ao seu vício ... com os jogos online.

Meu vício começou há cerca de 7 anos porque eu não me sentia confortável em casa e não me adaptava às aulas, e encontrei refúgio na internet e nos jogos online. No início pensei que era normal, até que percebi que tinha um problema de dependência que estava a atrasar a minha vida acadêmica, social e familiar”, explica.

Agora ele é voluntário no centro que salvou a sua vida. “Acho que o episódio do vício está encerrado, mas tenho muita consciência se esqueço de dormir ou não cumpro com minhas responsabilidades porque estou jogando”.

75% das mulheres jovens sentem-se pior consigo mesmas depois de verem imagens “perfeitas” de outras mulheres

Esse vício “chega a tomar conta de quem sofre, ela perde a liberdade e deixa de controlar o que quer fazer”.

“O problema dos adolescentes escravos das telas também acontece entre os adultos, mas os mais novos sucumbem durante a fase da vida em que estão construindo sua personalidade”, diz María Rodríguez Domínguez, psicóloga sistêmica e especialista em vícios.

Na sua opinião, “as telas invadiram os cérebros [das vítimas do vício] desde muito jovens”, porque alguns pais o promoviam para se livrar do “peso” dos filhos.

Para cortar pela raiz o problema, o movimento Mobile Free Adolescência no WhatsApp proimove atrasar a entrega do primeiro smartphone aos mais pequenos e questiona a influência da tecnologia na formação da identidade, saúde mental e competências sociais da geração mais jovem.

“Quando criamos este grupo de WhatsApp, descobrimos que as tentativas de suicídio aumentaram, há mais cyberbullying, violência contra as mulheres, pornografia”, afirma Elisabet Rodríguez Permanyer, uma de suas idealizadoras.

Nos dormitórios das crianças e adolescentes que possuem smartphones a comunicação congela.

Rocío percebeu tarde os problemas que tinha sua filha Sandra, uma jovem que tentou suicídio quando tinha apenas 15 anos. “Ela se sentia incapaz de se socializar, se automutilou, parou de comer e passou horas trancada no quarto conectada à internet e redes sociais”, conta.

O Observatório do Suicídio na Espanha em 2022, considera que essa é a principal causa de morte em adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos.

Marina Gallego está convencida de que a dependência do computador é forjada na infância: “Crescemos com isso e internalizamos que, no tempo livre, a diversão está na tela, seja nas redes sociais, na internet ou assistindo vídeos”.

Ela também reconhece que os vídeos curtos do TikTok ou do Instagram são especialmente elaborados para não deixar você escapar.

Pediatras alertam para o atraso na fala em crianças menores de 3 anos devido ao uso de telas desde cedo

Hugo Romero acrescenta que quando muitos adolescentes ficam entediados encontram a solução no TikTok ou no Instagram. “Estamos continuamente superestimulados. Você sempre consegue o que quer ver e o que gosta. Eles te dominam e você deixa de controlar o tempo que passa cativo desses aplicativos.”

O acesso de crianças e adolescentes à pornografia ocorre em idades mais imaturas e mais de 40% dos adolescentes afirmam ter recebido mensagens de conteúdo sexual.

María Rodríguez Domínguez está pessimista. “A educação afetivo-sexual chega tarde, porque quando a ensinamos, muitas imagens do que a indústria pornográfica quer compartilhar já chegaram aos ouvidos, à visão e ao cérebro das crianças e adolescentes e começam a condicioná-los.”