Proporção excessiva da população idosa no Japão |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país corre o risco de “parar de funcionar como sociedade” por causa da queda da natalidade.
O aumento da expectativa de vida levou o país a um aumento crescente de idosos e a um número decrescente dos trabalhadores que poderiam sustentá-los com suas contribuições à previdência.
A BBC estima que no Japão, de 125 milhões de habitantes, houve menos de 800 mil nascimentos em 2022, quando na década de 1970, a taxa superava os dois milhões de pessoas.
Então para o fim do século a população projetada é de 53 milhões.
A questão é particularmente grave entre os japoneses porque o país tem a segunda maior proporção de idosos (pessoas com 65 anos ou mais), com 28% da população nesta faixa.
Na abertura do parlamento japonês, Kishida afirmou: “[essa] é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada. O Japão está à beira de saber se pode continuar a funcionar como sociedade”.
O premiê prometeu dobrar os gastos em programas pela natalidade e anunciou a criação de uma nova agência estatal para tratar da questão, como se mais burocracia fosse solucionar o problema que tem um fundo moral.
Uma pesquisa da YuWa Population Research citada pela agência Reuters afirma que o Japão é um dos lugares mais caros do mundo para se criar um filho, apesar das promessas de bônus financeiro e outros benefícios.
A BBC acha que as estratégias demográficas dos governos japoneses falharam. E a solução hoje mais falada pode ser um tiro pela culatra: afrouxar a imigração.
A China poderia ocupar com facilidade o império do Sol Nascente, malgrado também ter uma queda em sua população.
O reconhecimento oficial de uma população em declínio é um “ponto de inflexão histórico extremamente importante” para o mundo como um todo, segundo Yi Fuxian, estudioso da Universidade de Wisconsin-Madison.
Mas também é exacerbada pela pregação ecológico-ambientalista e pelo jet-set modelo de militante imoralidade anti-familiar.