Obra artística modernista explora o vazio das igrejas protestantes e é um aviso alarmante para o catolicismo modernista. |
Nota para entender este artigo: na Alemanha um acordo entre o Estado e o episcopado permite que uma parcela do imposto de renda seja encaminhada para a denominação religiosa do contribuinte. Isso está previsto na declaração e os cidadãos alemães só tem que preencher, indicando sua igreja.
Este recurso permite à Igreja Católica na Alemanha recolher bilhões de euros por ano. Eles são encaminhados para as obras religiosas, educativas, de caridade, hospitais, creches, etc. E, em boa medida para iniciativas no exterior, infelizmente muitas vezes ligadas à subversão eclesiástica.
Muitos católicos desgostosos com o viés esquerdista-progressista imposto pela Conferência Episcopal alemã, estão deixando de preencher a declaração de religião, com diminuição das entradas do clero alemão.
Em represália, o clero progressista está negando os sacramentos aos fiéis que não apresentam a declaração de renda preenchida como eles desejam. O que equivale a trocar sacramentos e atendimento religioso por dinheiro.
Frankfurt, 31-10-2015 – Se o cardeal Reinhard Marx, o arcebispo Heiner Koch e o bispo Franz-Josef Bode lessem o boletim eletrônico da agência de imprensa IDEA, ficariam sabendo hoje para onde conduzem suas ideias liberais:
“Todas as igrejas estaduais evangélicas decresceram no ano de 2014. Isso fica claro por uma pesquisa feita pela agência evangélica de noticias Idea (de Wetzlar) junto às secretarias encarregadas das igrejas estaduais e à Igreja evangélica (EKD).”
Idea também informa que a Igreja Católica perdeu fiéis em 2014: “O número de membros diminuiu em cerca de 2,05 milhões no período de 2004 a 2014, caindo para 23,94 milhões. Com isso a Igreja Católica perdeu num período de 10 anos 7,9% de seus membros; os protestantes assinalaram uma perda de 11,7% no mesmo espaço de tempo.”
Esses números demonstram claramente que uma rota liberal não consegue convencer os membros de uma igreja a permanecer nela.
Imposto religioso na Alemanha não é a causa do abandono do catolicismo, mas sim o é a mudança religiosa progressista. |
O sistema alemão do imposto eclesiástico (cobrado pelo governo e repassado às Igrejas) dirige-se no fundo a um grupo-alvo errado.
A razão de muitas dessas pessoas saírem de suas Igrejas não é devida provavelmente ao fato de terem ficado ateias ou irreligiosas. É que elas simplesmente não querem estar ligadas a uma determinada Igreja à qual dão um donativo mensal. Ou porque são contra uma forma de financiamento rígida, querendo elas mesmas decidir quando e onde doar. Liberalismo não significa necessariamente sovinice.
Certamente há também muitos cristãos conservadores que saem da Igreja por não quererem pagar imposto eclesiástico. Do mesmo modo que os liberais, também eles querem decidir a quem apoiar financeiramente.
Nos meios evangélicos vem sendo abertamente discutido o que se deve fazer para sustar a perda de membros.
Habitualmente, os conservadores observam que as Igrejas devem mostrar um perfil claramente conservador, a fim de frear a onda de apostasias.
De fato, estudos estatísticos feitos nos Estados Unidos mostram que as Igrejas “conservadoras” (no sentido de firmeza teológico-moral, linguagem definida, crítica clara ao mundo moderno etc.) estão crescendo com mais força e tendo maior eficácia em reter seus membros que as “liberais”.
A argumentação tem, contudo, um pequeno problema: essas igrejas determinam a priori – talvez inconscientemente – a quem receber como membro, pois elas não podem, ou simplesmente não querem, arrebanhar todo mundo.
Bispo de Braunschweig, Annenkapelle. A imagem do bispo mudou radicalmente e os fiéis não se identificam com a mudança. |
Nos Estados Unidos, o financiamento das despesas da Igreja recai sobre a boa vontade dos fiéis. No auge da crise financeira, os católicos americanos doaram 300 bilhões de dólares a entidades da Igreja!
Desse sistema – baseado no donativo voluntário – resultou, ao lado de paróquias liberais, a existência de paróquias também muito conservadoras.
Considerando o aspecto meramente econômico, esse sistema faz inteiramente sentido. Graças a essa liberdade, cresce nos EUA o número de pessoas que se denominam católicas (independentemente de serem liberais, conservadoras, tradicionalistas ou qualquer outra coisa).
Na Alemanha, se quisermos aumentar o número de membros da Igreja Católica e a receita financeira desta, o modelo americano seria o mais adequado. (Em nosso país, a fidelidade à fé e ao magistério aparentemente não desempenha um grande papel).
Mas é improvável que o cardeal Marx & Cia. mudem o modelo de financiamento vigente na Alemanha, porque a supressão do imposto eclesiástico diminuiria inicialmente seu próprio poder financeiro.
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