Desesperada na miséria e sem a consolação do catolicismo, Yang Gailan matou filhos, com idades entre 3 e 6 anos |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A chinesa Yang Gailan, de 28 anos, matou seus quatro filhos e depois se suicidou. Os jornais alegam que o fato dela ter cometido tal crueldade é por ter vivido na mais completa miséria [BBC].
A desesperada mãe matou os filhos com golpes de facão e, em seguida, ingeriu pesticida, segundo a BBC. Alguns dias depois, quando o pai chegou e soube da tragédia, também tirou a própria vida.
A camponesa morava na aldeia rural de Agu Sha, e o seu marido teria ido para a cidade em busca de algum trabalho e assim poder ajudar a família que estava vivendo na miséria. Ele mandava parte do pouco dinheiro que conseguia.
A crueldade cometida abriu um debate nas redes sociais a respeito da miséria na China comunista. Nesse país cerca de 80 milhões de seres humanos padecem a mais absoluta pobreza.
A maioria dessas pessoas vivem na área rural e a planificação agrária estatista lhes rende pouco dinheiro. Então, muitos dos jovens e adultos têm que migrar para as áreas urbanas em busca de trabalho e uma condição melhor de vida.
A China, que se orgulha de ser a segunda maior economia do mundo, tem mais de 15% da sua população na extrema pobreza [G1].
Expropriados e famintos, ex-agricultores devem migrar para as cidades e aceitar empregos mal pagos. Foto: em Hefei |
Enquanto essas regiões, que foram colônias da Coroa Britânica e de Portugal, continuam tendo um crescimento na economia, a miséria predomina na China continental sob o total dirigismo de um regime socialista.
O controle do Partido Comunista vai além de questões econômicas. Com a “Revolução Cultural” [“Livro Negro do Comunismo revela o maior crime da História”, Catolicismo, fevereiro de 2000] Mao Tsé-tung, fundador do comunismo chinês, tentou laicizar o país, perseguindo a professores, intelectuais e à Igreja Católica, em nome da igualdade das classes sociais.
A Revolução Cultural tratou de pulverizar os vestígios do passado, de tudo quanto falasse da alma, do espiritual ou que evocasse a beleza.
Assim foi esmagada a China dos mandarins, das porcelanas, dos marfins entalhados, das pinturas em lenços de seda, da poesia e da música, das especiarias e das maravilhas de arte sutil e quintessenciada.
Tinha um papel no Oriente comparado com o da França no Ocidente, malgrado as influências deformantes do paganismo.[“Clinton, nas pegadas de Nixon, capitula diante do comunismo jet-set chinês”, Catolicismo, dezembro de 2015]
O comunismo acabou com essas maravilhas da China, tornando-a muito pior que o paganismo corroído pela superstição e por tendências para o satanismo.
A Revolução comunista não se contenta em conquistar uma nação, ou o mundo, ela deseja conquistar o homem, em todas as suas potencialidades.
Os comunistas chegaram até a colocar o controle de natalidade como lei, impondo que cada casal só poderia ter um filho, agora dois com algumas restrições.
Agricultores foram jogados na miséria e têm que esconder seus filhos de medo do governo. |
Sem a Fé não resistiu. E infelizmente acabou matando seus filhos e depois se suicidando.
Muitas outras famílias que moram na área rural conseguiram ter mais de dois filhos, mas devido à reforma agrária e ao controle que o governo tem de todas as terras, eles não conseguem sair da miséria só com a agricultura.
Durante 4.000 anos a agricultura foi um dos alicerces da civilização chinesa, uma das mais requintadas e ricas da História.
A apropriação socialista das terras empurrou os que viviam da agricultura tiveram para as áreas urbanas. O comunismo expropriou todas as terras particulares e instalou à produção agrícola estatal em escala cada vez maior, [UOL] e com isso o lucro, alias muito deficiente, ficaria todo para o governo.
Se a China não fosse comunista e tivesse um governo que permitisse a privatização das terras, poderia abrir espaço para uma nova classe de fazendeiros que gerariam empregos e alimentariam milhões de famintos no país-continente.
No Brasil, graças predominantemente à ação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e seus seguidores a reforma agrária socialista e confiscatória não avançou e com isso o agronegócio privado garante emprego e renda para os brasileiros e alimenta no total um bilhão de seres humanos.[Agência Brasil]
Simultaneamente, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira se encontra engajado na defesa ativa contra a Revolução Cultural que intenta dissolver a família atacando-a em vários frentes: a malfadada "ideologia de gênero", o aborto, o "casamento homossexual" e a eutanásia, entre outros aspectos.
Muitos aspectos que visam um objetivo: desfazer a família, despojá-la do teto sob o qual se reúne e fabricar o indivíduo isolado, grão de areia sobre o qual se aplica a máquina desapiedada do socialismo.
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