terça-feira, 9 de agosto de 2016

“Pastoras nunca mais!”, pedem luteranos.
“Diaconisas e sacerdotisas!”, pede o “progressismo católico”

Aija Graham, obispa' da 'Igreja Evangélica Luterana Unida da Letônia', eleita em 2014. Desacordo geral.
Aija Graham, obispa' da 'Igreja Evangélica Luterana Unida da Letônia',
eleita em 2014. Desacordo é geral.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O Sínodo da igreja evangélica luterana da Letônia aprovou, com maioria de 77%, a interdição de nomear mulheres pastoras.

Ela anulou assim a norma de 1975, emanada ainda sob a dominação soviética, informou Riforma.it, quotidiano das igrejas protestantes da Itália.

A velha norma foi repelida em proporções massivas. De fato, já não havia condições para uma mulher ser aceita como pastora.

Os luteranos não conseguiam fugir com honradez dos ensinamentos de São Paulo na sua primeira carta a Timóteo:

11. A mulher ouça a instrução em silêncio, com espírito de submissão.

12. Não permito à mulher que ensine nem que se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio.

Ignorantes do verdadeiro sentido dos textos evangélicos, os setores mais avançados do luteranismo acusavam estultamente de “machista” a voz do Espírito Santo, expressa através da pena do Apóstolo das Gentes.



Na realidade, os luteranos tinham posto em prática o ensinamento não de Deus, mas daquele que se proclamou mais sábio do que Deus: o heresiarca e pai do protestantismo, Martinho Lutero.

A “livre interpretação”, erro pregado por Lutero, defende que cada um deve interpretar a Bíblia como bem entende. O progressismo dito católico glosa a mesma estultice, mas insistindo que não é cada um, mas a comunidade segundo o capricho coletivo.

Mas fatos são fatos, e os luteranos da Letônia deram um “basta” às pastoras.

Não faltaram outros protestantes para se revoltar sem congruência contra seus cúmplices na heresia.

Seminaristas luteranas femininas em Jerusalém.  Na Letônia, seus correligionários não querem pastoras.
Seminaristas luteranas femininas em Jerusalém.
Na Letônia, seus correligionários não querem pastoras.
A Federação Luterana Mundial manifestou “profundo desconcerto pela decisão que ameaça as relações com outros componentes de nossa comunhão e põe em risco as relações ecumênicas com outras confissões”.

Mas se a interpretação da Bíblia é livre, como pregou tumultuosa e fraudulentamente Lutero, não se entende por que esses luteranos se opõem à interpretação dos outros, ainda que seja um disparate.

Dita Federação defendia que a “ordenação” de pastoras era um dos poucos pontos partilhados por 90% do mundo luterano. Nem mesmo a divindade de Jesus suscita acordo entre as seitas luteranas.

O “arcebispo” (os luteranos não têm sacramentos, os títulos são caprichosos ou pecuniários) letão também foi acusado de “homofóbico”, depois de colocar na rua o pastor Maris Sants por sua atitude tolerante em relação à homossexualidade.

Na Letônia, cerca da quarta parte dos dois milhões e meio de habitantes é composta por luteranos, e a Igreja evangélica luterana letã integra o Conselho ecumênico das igrejas, sediado em Genebra.

Ali o embaraço atingiu as estrelas diante dessa decisão antiecumênica, num momento em que do Vaticano chegam as mais alarmantes notícias sobre concessões assombrosas aos erros de Lutero.


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