Imagens de Lourdes profanadas com tinta na igreja de Santa Maria Betânia |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Duas semanas após a derrota do projeto de aborto no Senado da Argentina, três igrejas católicas de Buenos Aires foram atacadas com tinta vermelha, pichações e cartazes contra a vida, noticiaram a Agência Informativa Católica Argentina – AICA, e ACIPrensa.
Os ataques visaram as paróquias de Santa Maria de Betânia, de Nossa Senhora das Dores e o santuário de Jesus Sacramentado, todos eles no bairro de Almagro, região central de Buenos Aires.
Os grosseiros atentados confirmaram o caráter religioso anticatólico que caracteriza a ofensiva contra a vida na Argentina, e por similitude no mundo.
Na paróquia de Santa Maria de Betânia foi profanada uma imagem externa do templo dedicada à aparição de Nossa Senhora em Lourdes e a Santa Bernadette.
Os agressores deixaram cartazes com insultos contra a Igreja e em favor do aborto.
O vigário paroquial, Pe. Salvador Gómez, declarou à TV Todo Noticias que de início achou que se tratava de sangue humano, mas logo percebeu se tratar de tinta vermelha.
Um cartaz revelava o fundo ideológico dos agressores dizendo: “a única Igreja que ilumina é a que pega fogo” e “as raparigas mortas não voltam mais, vocês são os culpados”.
No Santuário de Jesus Sacramentado um dos cartazes deixados dizia: “Igreja e Estado, assunto separado”, em alusão à união entre a Igreja Católica e o Estado que ainda vigora na Argentina, embora muito contestada pelas esquerdas laicas e eclesiásticas.
O cartaz menor diz: “a única Igreja que ilumina é a que pega fogo” |
O bispo de Gualeguaychú, Mons. Héctor Zordán, que foi pároco antes de ser nomeado bispo na igreja de Nossa Senhora das Dores atacada da mesma forma, repudiou a profanação.
Outra vingança reveladora do fundo religioso da militância abortista frustrada foi fornecido pela quase ignota Coalizão Argentina pelo Estado Laico – CAEL.
Essa associação convocou voluntários para se desfiliarem da Igreja Católica pelo fato do projeto do aborto ter sido derrubado pelo Senado, informou a “Folha de S.Paulo”.
O grupo anticlerical repete este tipo de apostasias públicas e por escrito desde 2009, com paupérrimos resultados, mas é muito ecoado pela imprensa que agiganta suas verdadeiras dimensões.
A CAEL exibe um símbolo pedindo a separação entre Igreja e Estado pintado num lenço preto. Esse lenço foi afixado nas igrejas alvo dos atentados acima referidos.
A CAEL passou a aproveitar os escândalos de alguns clérigos na Igreja para reivindicar que sejam tirados os sinais católicos de locais públicos, cobrar impostos às paróquias e mais um projeto de lei para liberalizar a matança de inocentes.
A Igreja lembrou que a única saída de suas filas é a excomunhão. A organização CAEL começou então a pedir que aos pais adiem o batismo dos filhos.
Grave ofensa a Nossa Senhora das Graças na cidade de San Luis |
Malgrado a muita agressividade dos manifestantes, o ato caiu no vazio.
Paola Rafetta, uma dirigente da CAEL embaralhou as reivindicações ateias com críticas à ditadura militar (1976-1983), da qual “a Igreja foi cúmplice”, segundo ela.
A entidade recebeu apoio de algumas Mães e Avós da Praça de Maio, ativistas da esquerda outrora ligadas a Fidel Castro e hoje amparadas por Cristina Kirchner, ao menos enquanto não acabar no cárcere. Também têm boa entrada com o Papa Francisco.
As autoridades eclesiásticas não receberão os fantasiosos formulários da apostasia. A CAEL promete rumorosamente apelar à ONU, enquanto seus ativistas atacam as igrejas, símbolos e tradições católicas.
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