A coalizão Juntos por México obteve grande triunfo fazendo convergir os esforços de 70 associações |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Nas eleições estaduais mexicanas, os movimentos pró-vida pesaram decisivamente nos resultados, noticiou o jornal espanhol “El País”.
Carlos Valles Ayoub, um dos líderes da coalizão Juntos por México, integrada por 70 associações conservadoras de leigos como a Ação Católica e Adoradores Noturnos, entre outras, explicou o que eles queriam:
“Queremos que os católicos parem de aquecer os bancos das igrejas e saiam para lutar por aquilo em que acreditamos”.
Valles calcula que sua coalizão reúne em 20 cidades quatro milhões de pessoas. Em maio, lançou o site Voto Católico, que informava sobre as posições dos candidatos a respeito de temas como aborto e “casamentos” homossexuais.
Segundo ele, essa militância católica beneficiava indiretamente o partido conservador de oposição PAN, e outras opções políticas que defendiam a vida.
O PAN venceu as eleições em sete dos doze Estados disputados. O grande derrotado foi o partido do presidente Peña Nieto. O mandatário foi objeto de toda espécie de recriminação de seus colegas partidários, por tentar modificar a Constituição com vistas a legalizar o “casamento” homossexual, ponto sobre o qual incidiu a campanha católica.
Após as eleições, o boletim da Arquidiocese da Cidade de México publicou um editorial com o título “Merecido voto de castigo”, criticando a proposta “destruidora da família”, contra a qual, aliás, o episcopado mexicano fez bem pouco.
Nossa Senhora de Guadalupe padroeira do México e de América |
A Constituição mexicana, ainda profundamente laicista, proíbe os religiosos de intervir na política. Mas o problema em questão não era político, mas moral e religioso.
E os católicos leigos demonstraram ter mais amor e coragem pela moral e pela religião do que os próprios eclesiásticos.
Francisco Bolívar, outro porta-voz de Juntos por México, sem medo das ameaças governamentais, também garantiu que a coalisão “influiu” nas eleições.
Outras inciativas civis também convergiram na boa tarefa de Juntos por México, como as de Red Familia, Con Familia e Unión Nacional de Padres de família.
Elas preparam agora uma nova ofensiva, com idêntico destemor: “Estamos trabalhando na guerra que vem: a aprovação nos Legislativos estaduais das iniciativas pelo ‘casamento’ homossexual, que de momento haviam sido adiadas. Não abaixaremos a guarda”, disse Valles.
“Vamos nos preparar para as eleições de 2017 e 2018”, acrescentou corajosamente.
Os líderes de Juntos por México não se detêm aí. Eles garantem que preparam uma nova opção que quebre o paradigma político dos mesmos partidos e dos mesmos jogos de falsas oposições.
“A meta é nos organizarmos para oferecer uma nova proposta católica na política”, asseverou Valles.
Ele não afasta a ideia de que eventualmente se forme um novo partido cujas zonas de influência ficaram definidas nas últimas eleições: os estados de Veracruz, Puebla, Guanajuato, Querétaro, e ainda outros.
“Este é o despertar dos católicos”, completou.
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