Partido Comunista diz relaxar política do filho único |
O Partido Comunista da China anunciou que flexibilizará o controle da natalidade da população, a “política do filho único”, que dizima o país há 34 anos, informou a “Folha de S. Paulo”.
A decisão e outras ordens emitidas pelo Comitê Central do Partido Comunista chinês, na primeira reunião geral sob o comando do novo presidente Xi Jinping, foi divulgada pela agência de notícias estatal Xinhua.
Segundo a Xinhua, os casais estão autorizados a ter dois filhos, se um dos cônjuges for filho único.
O argumento do Partido Comunista obedece à mesma lógica materialista ditatorial: a planificação econômica. O comunismo precisa aumentar a taxa de fertilidade porque o crescimento está caindo pela aplicação da política familiar.
O Comitê Central do PC calculou que o país precisa ter uma população de 1,5 bilhão em 2030. Os indivíduos e as famílias pouco importam, o único que tem importância é a planificação comunista da economia.
Outro problema é a desproporção entre a população masculina e a feminina. Em 2012, havia 118 homens para cem mulheres. O desequilíbrio estimula o homossexualismo e a compra e venda de mulheres, inclusive “importadas” de países vizinhos.
Isso também dificulta os casamentos futuros. A intenção é reduzir nas próximas décadas essa taxa para a média de 103 e 107 homens para 100 mulheres.
Os especialistas, com critérios de análise não muito diversos do PC, não deram muito relevo à decisão. Eles acham que a “bomba demográfica” que ameaça derrubar a ordem do país inclui muitos outros fatores já difíceis de administrar. Notadamente o envelhecimento da população.
A lei da planificação familiar vem sendo aplicada com extremos de desumanidade desde 1979 e teria impedido 400 milhões de crianças de nascer.
"Política do filho único" cortou a existência de 400 milhões |
Segundo Wang Feng, diretor do Centro Brookings-Tsinghua de Políticas Públicas de Pequim, a amenização anunciada só vai atingir 10 milhões de casais. Quer dizer, uma fração mínima dos 1,3 bilhões de habitantes do país. “Isso não vai afetar muita gente e não vai gerar nascimentos suficientes para inverter as tendências demográficas da China”, disse.
A China envelhece inexoravelmente após três décadas de perseguição aos nascimentos. A população em idade de trabalhar diminui pela primeira vez desde as chacinas em massa da Reforma Agrária e do Grande Salto de Mao Tsé Tung.
De um lado a esterilização forçada atingiu um número incalculável de mulheres, e de outro, o custo de vida tornou quase impossível manter os filhos nas grandes cidades onde estão instaladas as fábricas que exportam para o mundo inteiro.
A lei “continua a limitar estritamente os direitos à procriação” de grande parte da população e “a reforma não acena com nenhuma mudança” para limitar os abusos dos administradores comunistas locais, deplorou Nicolas Bequelin, pesquisador da ONG Human Rights Watch de Hong Kong.
Em suma, a cruel metodologia anti-vida do regime marxista chinês continua igual. Ela agora está apenas maquiada por uma lei enganosa a serviço da propaganda maoísta.
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