Aumento da 'demência digital' entre os jovens preocupa médicos da Coreia do Sul |
Essa adicção está evoluindo para o que os sul-coreanos chamam de “demência digital”. O termo designa uma deterioração das capacidades cognitivas que antes só se viam em pessoas que sofreram graves lesões no crânio ou doenças psiquiátricas.
“O uso excessivo de smartphones e jogos digitais dificulta o desenvolvimento equilibrado do cérebro”, explicou ao jornal “Joong Ang Daily”, de Seul, o médico Byun Gi-won, do Centro para o Equilíbrio Cerebral.
“Os usuários ‘pesados’ tendem a desenvolver o lado esquerdo de seus cérebros, deixando no subdesenvolvimento ou no estancamento o lado direito” – acrescentou. Do lado direito depende a concentração mental, e sua falência afeta a atenção e a memória, danos que se verificam num 15% dos casos de “demência digital” precoce.
Os pacientes desta nova patologia exibem também subdesenvolvimento emocional, sendo que as crianças correm mais riscos do que os adultos porque seus cérebros ainda estão crescendo.
Também na Alemanha, médicos temem danos cerebrais e pedem limitar uso de equipamentos digitais |
Mais de 67% dos sul-coreanos possuem smartphone, o maior índice do mundo. Nos adolescentes a proporção é de mais de 64%, segundo o Ministério para as Ciências. O governo calcula que 20% dos menores de idade sofrem depressão e ansiedade quando fica sem mexer com celular.
O neurocientista alemão Manfred Spitzer publicou em 2012 o livro Digital Dementia, alertando pais e professores para o perigo que correm as crianças que ficam muito tempo diante de laptops, tablets, celulares ou outros aparelhos eletrônicos.
Segundo o Dr. Spitzer, os déficits no desenvolvimento cerebral são irreversíveis. Para ele, os equipamentos digitais deveriam ser banidos das escolas alemãs antes que os jovens se tornem adictos.
Por sua vez, a BBC Brasil noticiou que os ministérios da Educação e da Saúde sul-coreanos pediram que as escolas organizem acampamentos visando livrar as crianças dos atrativos negativos da adição a Internet e a concomitante “demência digital”.
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